Caros policias e associados da ASPP/PSP
Independentemente das vossas categorias hierárquicas e funções:
Estamos em contagem decrescente para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – 2023, que se realizará de 1 a 6 de agosto do corrente ano, no nosso país, pelo que, através desta mensagem, a ASPP/PSP pretende esclarecer:
Nada temos contra Sua Santidade ou contra o evento JMJ e obviamente não pretendemos que a nossa ação e intervenção sindical seja mal entendida.
Contudo, a saúde da Instituição PSP e as condições sócio profissionais dos seus elementos estão em causa, não na JMJ, mas há muito, não pela JMJ, mas pelas políticas dos últimos, e do atual governo;
Estruturalmente a PSP encontra-se com pouca atratividade, sem candidatos para os seus cursos, com serviço cada vez mais complexo, exigente e arriscado, com mais valências, solicitações, eventos e necessidades;
O efetivo é escasso, encontra-se extremamente cansado, exausto e desmotivado;
Os direitos têm sido constantemente ‘ceifados’, quer ao nível da pré aposentação, das folgas, das férias e das carreiras;
Ao nível do serviço prestado, sente-se há muito, constrangimentos e limitações, com esquadras apenas com um polícia de serviço, incapacidade de resposta às solicitações das populações e um quadro grave de enquadramento operacional que compromete a segurança dos próprios polícias;
A questão salarial deveria ser atendida, a garantia dos direitos também, assim como a segurança pública como deve ser assumida, sem recurso a constante serviço remunerado, numa clara privatização da PSP que já se percebe…
A JMJ decorrerá nesta realidade e não noutra e daí a ASPP afirmar que, a JMJ poderá ainda agravar a situação da PSP, dos profissionais e do serviço prestado às populações.
E a forma como MAI e DN-PSP encaram esta organização, descurando esta realidade, criando constantemente falsa dignificação salarial por via de trabalho suplementar, colocando em risco a saúde e segurança dos profissionais, deixando a segurança pública das populações enfraquecida, devem ser denunciadas para uma mudança de política e com isso, dignificação da condição policial e de um melhor serviço às populações.
Sobre o evento JMJ e condições para os polícias lá desempenharem a sua missão, adiantar desde já que, não teria sido necessário e correto dar números de voluntários que não o foram ou são.
Quanto às condições possíveis e adequadas, relativamente ao apoio logístico ao pessoal policial, especialmente ao que reforçará o COMETLIS, a ASPP entende que a tabela de ajudas de custo há muito encontra-se desatualizada e não responde às necessidades.
A história diz-nos também que as condições em grandes eventos sempre colocaram os profissionais de segurança em situações difíceis e pouco dignificantes.
Daí, a ASPP/PSP tem insistido em condições de alojamento, transporte e alimentação em consonância com a importância do evento e relevância da missão.
A JMJ constituirá para nós um enorme desafio e uma marcante experiência profissional, mas igualmente poderia ser uma oportunidade para alteração de uma cultura errada, de protagonismo para a classe política e dirigente, descurando-se um conjunto de profissionais que, não só nos eventos, mas diariamente, desempenham uma missão tão importante e difícil, sem as condições necessárias, com cortes constantes e sem um reconhecimento/dignificação efetivo.
Lisboa e ASPP/PSP, 18 de julho de 2023
#ASPP Um sindicato integro, atento, racional- ao serviço do associado e dos polícias.