๐€ ๐ฆ๐š๐ญ๐ฎ๐ซ๐ข๐๐š๐๐ž ๐๐š๐ฌ ๐ข๐ง๐ฌ๐ญ๐ข๐ญ๐ฎ๐ขรงรต๐ž๐ฌ ๐ฆ๐ž๐๐ž-๐ฌ๐ž, ๐๐ž ๐Ÿ๐š๐œ๐ญ๐จ, ๐ฉ๐ž๐ฅ๐š ๐ฌ๐ฎ๐š ๐œ๐š๐ฉ๐š๐œ๐ข๐๐š๐๐ž ๐๐ž ๐ฉ๐ž๐ซ๐œ๐ž๐›๐ž๐ซ ๐ช๐ฎ๐ž ๐จ ๐Ÿ๐ฎ๐ญ๐ฎ๐ซ๐จ ๐ง๐š๐ฌ๐œ๐ž ๐๐จ ๐ฏ๐ž๐ง๐ญ๐ซ๐ž ๐๐š ๐‡๐ข๐ฌ๐ญรณ๐ซ๐ข๐š.”

๐๐จ๐ซ ๐‹๐ข๐œรญ๐ง๐ข๐จ ๐‹๐ข๐ฆ๐š, ๐ฃ๐จ๐ซ๐ง๐š๐ฅ๐ข๐ฌ๐ญ๐š, ๐ฆ๐จ๐๐ž๐ซ๐š๐๐จ๐ซ ๐๐จ ๐๐ž๐›๐š๐ญ๐ž “๐’๐ž๐œ๐จ๐ฌ ๐ž ๐Œ๐จ๐ฅ๐ก๐š๐๐จ๐ฌ”

โ€œ๐’๐„๐‚๐Ž๐’ ๐„ ๐Œ๐Ž๐‹๐‡๐€๐ƒ๐Ž๐’โ€ รฉ um acontecimento marcante na histรณria portuguesa do pรณs-25 de Abril ocorrido 15 anos depois do โ€œdia inicial inteiro e limpoโ€ (Sophia).

No dia 21 de Abril de 1989 centenas de polรญcias reuniram-se no Terreiro do Paรงo para exigir liberdade de associaรงรฃo sindical para as forรงas e serviรงos de seguranรงa. Um direito prometido ao povo portuguรชs aos sons da Grรขndola Vila Morena encarnada por cravos de esperanรงa.

O governo de entรฃo considerou ilegal aquela manifestaรงรฃo e enviou polรญcias para dispersar polรญcias. Os agentes caninos, treinados para nรฃo atacar fardas da PSP, eram incitados a ameaรงar homens fardados nunca โ€œfarejadosโ€ como ameaรงa. A mente animal estava muito mais confusa do que a mente dos humanos chamados a impor a ordem pรบblica. Os agentes humanos choraram para dentro dos tanques e lanรงaram contra os seus camaradas as suas lรกgrimas em forma de canhรตes de รกgua para que a partilha da dor acontecesse sem mais ferimentos para os corpos.

Foi um dia triste que parecia escurecer a histรณrica manhรฃ de Abril. Este episรณdio ficou conhecido como โ€œSecos e molhadosโ€. Estรก nas nossas memรณrias ver polรญcias contra polรญcias de coraรงรฃo apertado. Mas, tambรฉm foi o inรญcio de uma luta que culminou com o direito de liberdade sindical. Valeu a pena! As grandes conquistas exigem sempre grandes sacrifรญcios.

Ainda nem tudo foi conquistado โ€“ o direito ร  greve dos polรญcias, talvez, ou o merecido subsรญdio de risco, ou o acesso ร  reforma sem inesperados adiamentos. Mas, como diria Eduardo Lourenรงo, โ€œmais importante que o destino รฉ a viagemโ€โ€ฆ E a viagem continua, porque nem mesmo a Revoluรงรฃo de Abril ainda se cumpriu. Segundo uma sondagem hoje publicada pelo Expresso, apenas 10% dos portugueses acreditam viver em plena democracia. Meu Deus!

Este acontecimento dos “๐’๐ž๐œ๐จ๐ฌ ๐ž ๐Œ๐จ๐ฅ๐ก๐š๐๐จ๐ฌ” foi recordado esta semana na Associaรงรฃo Voz do Operรกrio, em Lisboa, com um encontro de polรญcias โ€“ no mesmo local donde a manifestaรงรฃo se iniciou rumo ao Terreiro do Paรงo em 1989.

Tive a honra de ser convidado para moderar o debate em que a delรญcia da memรณria – evocada por histรณricos como Alberto Torres, que no seu discurso tambรฉm homenageou alguns jornalistas que acompanharam a luta dos polรญcias -, nos motivou a acreditar num amanhรฃ sempre inteiro e limpo. O discurso memorial de Alberto Torres emocionou-me muito.

Agradeรงo de coraรงรฃo cheio ร  ๐€๐ฌ๐ฌ๐จ๐œ๐ข๐šรงรฃ๐จ ๐’๐ข๐ง๐๐ข๐œ๐š๐ฅ ๐๐จ๐ฌ ๐๐ซ๐จ๐Ÿ๐ข๐ฌ๐ฌ๐ข๐จ๐ง๐š๐ข๐ฌ ๐๐š ๐๐จ๐ฅรญ๐œ๐ข๐š por nรฃo menosprezar a memรณria.

๐€ ๐ฆ๐š๐ญ๐ฎ๐ซ๐ข๐๐š๐๐ž ๐๐š๐ฌ ๐ข๐ง๐ฌ๐ญ๐ข๐ญ๐ฎ๐ขรงรต๐ž๐ฌ ๐ฆ๐ž๐๐ž-๐ฌ๐ž, ๐๐ž ๐Ÿ๐š๐œ๐ญ๐จ, ๐ฉ๐ž๐ฅ๐š ๐ฌ๐ฎ๐š ๐œ๐š๐ฉ๐š๐œ๐ข๐๐š๐๐ž ๐๐ž ๐ฉ๐ž๐ซ๐œ๐ž๐›๐ž๐ซ ๐ช๐ฎ๐ž ๐จ ๐Ÿ๐ฎ๐ญ๐ฎ๐ซ๐จ ๐ง๐š๐ฌ๐œ๐ž ๐๐จ ๐ฏ๐ž๐ง๐ญ๐ซ๐ž ๐๐š ๐‡๐ข๐ฌ๐ญรณ๐ซ๐ข๐š.