
Processo errado na opinião de quem pensa esta problemática e de quem a estuda sem estar condicionado por agendas políticas (ministro da Administração Interna e diretor Nacional da PSP).

As questões que se colocam neste processo de reestruturação do SEF e na passagem de algumas missões para a PSP, persistem.

Como quer o governo atrair polícias com os vencimentos que pratica e, em simultâneo, estar preparado para uma realidade urgente, a qual impõe um reforço de polícias devido às novas competências da PSP?

Todo o processo de reestruturação do SEF está infestado de incongruências, como, por exemplo, na Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Fronteiras prevê-se que: “No âmbito da prevenção da corrupção, e decorrente das exigências de base da carreira e restrições na admissão, o nível remuneratório (do SEF) é superior à remuneração média do país”. É pertinente questionar se o governo considera os agentes da PSP – na primeira linha de fronteira, a ganhar cerca de metade de um inspetor – incorruptíveis?

Muito se ouviu sobre a suposta superioridade intelectual dos inspetores do SEF em relação aos agentes da PSP, no entanto, estes (inspetores do SEF) foram premiados no vencimento para não serem corrompidos. Aos agentes da PSP é esperado que não caiam na corrupção com o mísero vencimento que auferem.

Foi invocada também a complexidade funcional de nível 3 para o SEF. Na PSP (agentes e chefes) é de nível 2. Se assim é, e tendo como certo que poderá a PSP desenvolver essa missão, onde se encontra prevista essa equiparação em termos remuneratórios?

Quem é o responsável? O gestor?

Sabemos que o Estado recebe mais de 11 milhões da Taxa de Segurança Aeroportuária, cobrada aos passageiros. Esse mesmo Estado que investe zero nos aeroportos onde persistem condições de trabalho indignas para os profissionais da PSP, onde estes profissionais têm de percorrer muitos metros porque a gestão privada define os lugares onde estacionar, apesar do grau de prontidão, como na Divisão de Segurança Aeroportuária de Lisboa. Recordamos também os profissionais que vão trabalhar para a Ilha do Corvo, no CR (Comando Regional) dos Açores, e que têm de pagar a sua alimentação, aquando de diligências nessa ilha.

Associação Sindical de Profissionais de Polícia – ASPP/PSP
Diário de Notícias. 30.01.2023.