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Ao invés de demonstrar preocupação, ilude com números falsos.

A ASPP/PSP realizou no dia 18 de novembro uma Conferência sobre a atratividade da carreira policial. 

Ficou provado o que afirmamos há muito, o real desinteresse pela PSP nos últimos anos e as razões (salários baixos, pouca valorização pelas especificidades, dificuldade na mobilidade e na progressão, alterações na pré-aposentação e na saúde, congelamentos e uma perceção pelo exterior de todos estes problemas, também pela exposição e mediatismo das questões da segurança). 

E as consequências (envelhecimento da Instituição, dificuldade em recrutar os melhores, limitações nas saídas, sobrecarga de trabalho, entre outros).

E se os jovens não querem, que dirão os que estão na PSP, carreira onde o abandono ou essa vontade é percetível, numa missão que outrora gostavam e chegar à idade da aposentação com uma pensão que não reconhece os seus préstimos à sociedade, a quem jurou dar a própria vida…

Ficou ainda claro, o ataque à administração pública nos últimos anos, com uma constante perda do poder de compra por parte desses trabalhadores, onde se inserem os Polícias.

Se associarmos a esta realidade, as recentes declarações do MAI, tudo piora, pois ao invés de demonstrar preocupação pela necessária alteração deste paradigma, opta por investir em malabarismo comunicacional, iludindo com números falsos.

Para que saibam, um Agente da PSP inicia a sua carreira com 801 € e em 2022 receberá pelo risco da sua missão um “suplemento” de 68.96€, ainda assim, o MAI, quando dá jeito, diz que os 68.96€ é “vencimento”

Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos no jornal Correio da Manhã