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Numa organização hierarquizada como a PSP, a importância do comando intermédio é relevante, pois são estes que mais de perto resolvem (ou não) os problemas mais específicos dos Profissionais que comandam.

Obviamente que o quadro legal e as normas internas são imperativas, assim como, o Diretor Nacional é o responsável máximo da Instituição, mas a desresponsabilização e medo de assumir por parte de quem tem a incumbência de comandar, resulta em consequências nefastas na vida dos Polícias.

Quando um polícia adquire o direito a créditos horários por trabalho suplementar e é transferido de serviço, e o seu novo comandante não assume esses créditos, empurrando esse direito como passado, ou quando um polícia vindo de uma baixa prolongada tem de aguardar meses sem fim, por um processo de certificação de tiro que lhe é imposto pela Instituição e que sem o ter, se traduz em prejuízos mensais avultados por não poder efetuar serviço operacional, logo sem direito a suplementos remuneratórios, ou quando uma simples necessidade de uma folga suplementar é sempre negada por falta de efetivo policial, são estes alguns dos exemplos concretos e uma constante na PSP.

𝐎𝐬 𝐩𝐨𝐥í𝐜𝐢𝐚𝐬 𝐬ã𝐨 𝐫𝐞𝐜𝐮𝐫𝐬𝐨𝐬, 𝐦𝐚𝐬 “𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐨𝐬”

Muitas vezes estes indeferimentos são fundamentados com a máxima “não pode ser, porque não”, ou quando a coisa se formaliza um pouco mais, com a fundamentação para o indeferimento por via do famigerado e dúbio “interesse público”, mas é quase sempre para esconder a falta de liderança ou medo de assumir de quem pode e deve comandar, mas não sabe, ou não quer assumir o seu papel de comandante.

Os polícias merecem um pouco mais da parte de quem os comanda. Os polícias são recursos, mas “humanos”.


Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos no jornal Correio da Manhã