“Os 17 profissionais e instituições que fizeram o país seguir em frente”

“A maioria dos agentes passou a ter só uma folga”

Carlos Silva
Agente da PSP e dirigente da ASPP em declarações à revista Sábado

“Quando a pandemia chegou as folgas terminaram. Recordo as longas semanas de trabalho a que o estado de emergência obrigou: muitos colegas trabalharam sem parar durante semanas e fins de semana. A maioria dos agentes passou a ter apenas uma folga. Deixaram de ser cumpridos os horários de matriz. As coisas até estavam relativamente controladas durante o primeiro confinamento.

Em janeiro deste ano, tudo mudou. Com a fiscalização intensiva, cercas sanitárias, isolamento de comunidades, o trabalho acrescido resultou sobretudo do esforço individual, muitas vezes com prejuízo próprio e da saúde. Muitos dos agentes na linha da frente estiveram envolvidos em operações complexas, pensões com surtos de Covid-19, pessoas que foi necessário isolar.

Estes casos resultaram em vários polícias infetados, que por sua vez infetaram as famílias, com depressões associadas ao stress do trabalho. Julgo que os polícias mereciam outro reconhecimento por parte do Governo e da própria instituição.”

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