O MAI apresentou aos sindicatos da polícia um conjunto de matérias para iniciar um processo negocial. Ou melhor, o governo quer negociar um conjunto de matérias sem fazer qualquer investimento. Até mesmo as dívidas que tem com os polícias está a tentar empurrar, com o pagamento em prestações, até ao final da legislatura. Obviamente que qualquer processo negocial só se pode iniciar quando a parte que tem as dívidas as pretende saldar.

A questão que nos podemos colocar desde já, com esta proposta, é que garantias temos que este governo ainda esteja em funções daqui a 4 anos? E em consequência, que garantias temos que o valor da dívida será realmente saldado na totalidade?

Com a proposta apresentada o governo demostrou mais uma vez que, por um lado, ainda não percebeu o grave problema que se está a criar na PSP, com consequências dramáticas para os cidadãos e por outro que a área da segurança não é uma prioridade do governo.

A esta posição, no mínimo estranha, só podemos percorrer dois caminhos, ou se espera que ao nível da segurança se instale o caos, como aconteceu com os fogos em 2017 quando só a partir daí se olhou com seriedade para os problemas dos bombeiros, ou os polícias, de forma coesa e prolongada no tempo, terão de elevar as suas ações de protesto. Talvez só aí os problemas dos polícias e da PSP passem a ser também eles uma prioridade.

Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues no jornal Correio da Manhã

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