Recentemente fomos confrontados com uma fuga de cinco reclusos do estabelecimento prisional de Vale de Judeus, cinco indivíduos perigosos e nas circunstâncias que foi possível perceber.
Penso que seja do conhecimento geral que as prisões estão desfalcadas de profissionais da Guarda Prisional e sobre este episódio, esperemos que as autoridades possam interceptar tais indivíduos, para que as populações não vivam num clima de inquietação e medo, face ao sentimento de insegurança criado.
Esta incapacidade de cumprir a missão nas prisões, também nas esquadras da PSP o retrato de incapacidade operacional é algo real, isto naturalmente numa dimensão e enquadramento diferente, mas com um denominador comum, a dificuldade em trabalhar numa área sensível e basilar da sociedade, num país que se espera seguro, democrático e socialmente harmonioso.
Esquadras há que, num turno, para um universo de cinquenta mil pessoas, existe um carro-patrulha, tornando a PSP com um grau de capacidade incomportável e ainda colocando em causa a segurança dos profissionais.
Face a esta denúncia, sei bem que uns quantos irão criticar pela exposição de debilidades e outros dirão que tal quadro aqui colocado não é real, porque existem outras capacitações e apoios que se encontram disponíveis para situações de necessidade.
A esse propósito, apenas me apraz elucidar que, por um lado, o que deveria ser preocupante, é a perpetuação e o agudizar dos problemas, das limitações e dos constrangimentos e não a sua denúncia. No mesmo sentido, o que deveria ser preocupante, em muitos casos, é a ausência total de apoio, reforço de polícias para acorrer a pedidos de auxílio a outros polícias em contexto e ocorrências mais sensíveis e agressivas, e isto sim é preocupante, perigoso e real.
Tal como na Guarda Prisional, também na PSP tem sido constante a denúncia, pedido, apelo, a exigência de investimento e respostas para uma Instituição [PSP] que sobrevive na ausência de profissionais para todas as missões, onde se constata uma privatização encapotada da segurança pública, e ainda um défice de recursos e meios.
Estas debilidades associadas a aumento de missões, de valências, de serviço e de práticas criminais mais complexas.
Os passos dados nos últimos anos foram inexplicavelmente populistas e irresponsáveis, os passos que possam estar a ser dados no presente, ainda não são percecionados, se é que existem, mas o diagnóstico está há muito feito e é necessário alterar a situação incabível em que se encontra a Polícia de Segurança Pública.
𝐏𝐚𝐮𝐥𝐨 𝐒𝐚𝐧𝐭𝐨𝐬, 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏