𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏 inicia campanha de sensibilização
🔘 A 𝐀𝐬𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚çã𝐨 𝐒𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚𝐥 𝐝𝐨𝐬 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐚 𝐏𝐨𝐥í𝐜𝐢𝐚 (𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏) vai iniciar quinta-feira, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, uma série de ações de sensibilização da população e dos turistas que visitam Portugal. Outras ações semelhantes vão decorrer ainda este mês nos aeroportos de Lisboa e Faro.
A estagnação salarial em Portugal, em contra ciclo com a inflação, é algo que já não deixa dúvidas a qualquer cidadão português, ou mesmo estrangeiro.
Reconhecer essa realidade nos profissionais das forças de segurança parece estar fora ao alcance dos decisores políticos, que, ao longo dos anos, têm conseguido encontrar as soluções mais “estapafúrdias” para camuflar a situação, a contento sabe-se lá de quê e de quem. Algumas personalidades mais honestas vão reconhecendo o estado a que se chegou, e até vão alertando para o caminho perigoso que percorremos, ao mesmo tempo que outros fazem de conta que não existe nada de errado com os polícias.
A mais alta figura do Estado reconhece o erro, propondo a sua correção, ou é retorica ou já não se consegue fazer-se ouvir, outros órgãos de soberania dizem que não é tempo de “emendar a mão” e concretizar o reconhecimento devido, talvez esperem que o prejuízo na demora os obrigue.
Mantendo-se a situação, os polícias continuam cidadãos menores, com direitos constitucionais cada vez mais restringidos, sem nada merecerem de concreto que vá ao encontro dos seus justos anseios, de modo a que possam servir com dignidade e eficácia a população e a sua necessidade de segurança. Quando muito, elogia-se retoricamente a coragem, exorta-se ao voluntarismo e à abnegação, estranho modelo já aproveitado internamente, pontuado de sofismas cinzentos, ouvidos de um qualquer orador alheio à realidade. Mas o modelo de resolução poética vai colhendo e garante a estabilidade institucional oca e cada vez mais ténue.
🔘 Porquê a recusa de compreender esta aritmética?
Estamos em 2022. A proposta da tutela para o último concurso à PSP seria o de garantir 1200 novos polícias, aspiração impossível, bem sabemos, pois estamos em julho, a meio de um curso que terminará em setembro e, infelizmente, a redução de pessoal já se cifra em menos 21.6%, com tendência natural para se agravar. Com esta carência crónica de efetivos, vão padecer os do costume: os mais velhos, doentes, esgotados pelo horário por turnos… enfim, com um futuro incerto e angustiante, pois quem já viveu décadas a perder, a ver os decisores a adulterar aquilo que os antecessores lhes prometeram, estes já pouco ou nada esperam que não mais trabalho e menos condições.
🔘 É assim a “pobre” vida do polícia…
Por 809 euros mensais? Sem reconhecimento pelo trabalho noturno e aos fins-de-semana? Sem a devida atenção pela condição de risco inerente à profissão? Sem uma progressão na carreira que valorize e incentive o trabalho e a dedicação? Sem condições laborais dignas, nomeadamente no que se refere a instalações e equipamentos? Sem formação e apoio suficientes para gerir conflitos enraizados na diversidade cultural hoje existente no nosso território? Sem harmonização da gestão dos recursos humanos, muito menos no aproveitamento dos talentos e características singulares de cada agente? Com um escrutínio social e institucional constante, que quase sempre tende a desvalorizar a atividade policial, a maior parte das vezes por desconhecimento das precárias condições em que ele se desenvolve? Com uma exagerada e impiedosa censura disciplinar interna? Enfim, 809 euros mensais e apenas a divina proteção de São Miguel Arcanjo…
A atratividade pela profissão não passará seguramente pelas pobres e estéticas políticas de alargamento de idade para entrada nas polícias. Não é esse o caminho, aliás já trilhado por essa Europa fora sem resultado. Na maioria dos países europeus, a atratividade fez-se obviamente pela via do reconhecimento laboral, social e económico dos profissionais.
A missão dos polícias é espinhosa e as condições de trabalho inaceitavelmente demasiado precárias. Se a isto juntarmos a “garantia” de anos sucessivos em Lisboa nos primeiros anos da carreira, para a maioria longe do apoio familiar e com um custo de vida elevadíssimo, nem com a divina ajuda de São Miguel Arcanjo haverá vontade de ser polícia capaz de mobilizar candidatos em número e com a qualidade que a profissão impõe.
Por tudo isto a 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏 vai propor ao Governo, a abertura de um processo negocial para alteração aos índices remuneratórios em vigor, com uma elevação dos valores para uma valorização efetiva dos salários.
Não podemos permitir que a valorização passe por uma visão social ou habitacional, a dignificação da carreira e o aumento da atratividade passará pelo aumento dos salários.
Não podemos permitir que o primeiro nível remuneratório se situe nos 809 eur, não podemos continuar com a política da restrição, num contexto cada vez mais complexo, arriscado e exigente.
O mote desse processo passa por uma luta de rua, junto das populações, dos turistas que nos visitam, como tal, nos dia 14, 28 e 29 de julho de estaremos nos Aeroportos do Porto, Lisboa e Faro respectivamente, em concentrações de polícias e distribuição de informação aos turistas.
𝐎 𝐦𝐨𝐝𝐞𝐥𝐨 𝐝𝐨 𝐩𝐨𝐥í𝐜𝐢𝐚 “𝐥𝐨𝐰 𝐜𝐨𝐬𝐭” 𝐭𝐞𝐦 𝐝𝐞 𝐦𝐮𝐝𝐚𝐫.
𝐏𝐨𝐥í𝐜𝐢𝐚𝐬 𝐮𝐧𝐢-𝐯𝐨𝐬….
𝐏𝐚𝐫𝐭𝐢𝐜𝐢𝐩𝐞𝐦, 𝐥𝐮𝐭𝐞𝐦 𝐩𝐞𝐥𝐨𝐬 𝐯𝐨𝐬𝐬𝐨𝐬 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨𝐬…
𝐂𝐨𝐦𝐩𝐚𝐫𝐞ç𝐚𝐦!
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