Confrontamo-nos com um grau de violência que não era comum

 Por muito que nos custe a admitir, a criminalidade em Portugal está diferente, mais complexa e mais violenta.

Se olharmos para as últimas semanas conseguimos tirar várias conclusões. Primeiro, percebemos que as zonas urbanas sensíveis são usadas por grupos de criminosos para garantir o sucesso da prática de crimes, ameaçando e controlando através do medo os restantes cidadãos que lá vivem. Por outro lado confrontamo-nos com um grau de violência que não era comum há uns anos atrás e que tem servido para aumentar o sentimento de insegurança. Mas chegamos também à conclusão que há um sentimento de impunidade preocupante.

Vemos a polícia a ser chamada para se deslocar a ocorrências a certas zonas e a ser esperada para ser agredida, como se os polícias fossem simples sacos de pancada e vemos grupos a tentar controlar ou condicionar a atuação da polícia ou a sua autoridade.

É esta a realidade que hoje existe e é sobre ela que as entidades competentes, nomeadamente o governo, terá de trabalhar no sentido de pôr cobro a esta tendência. Mas até hoje parece que os responsáveis tem simplesmente olhado para o lado. Nem tem criado condições para assegurar a segurança dos polícias, nem garantido a segurança das populações das zonas mais sensíveis.

Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues no jornal Correio da Manhã (Publicada em 27/05/2020)

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