Estamos a passar por uma crise complexa, nova e compreendemos por isso que sejam tomadas decisões de ajustes dos planos de contingência todos os dias, pelas entidades competentes.
O que não se compreende são algumas decisões que revelam uma completa desvalorização dos profissionais envolvidos. Um exemplo é o facto de ter sido aprovada uma lista de profissionais com prioridade para a realização dos testes ao COVID-19, e ignorarem os polícias. Uma decisão que pode trazer consequências significativas no dispositivo e missão da polícia. Algo que é no mínimo incompreensível.
Outra questão que está a criar algum desconforto nos polícias, sobretudo no serviço de esquadra é o horário de serviço que se mantém inalterado quando se poderia implementar um modelo, conforme recomendações da DGS, que permitisse uma carga horária maior durante um período de tempo, para garantir também mais tempo afastado do serviço. Além de não comprometer a missão, reduziria assim o número de interações entre colegas e minimizava a possibilidade de contágio.
Não podemos esquecer que o polícia tem uma dupla responsabilidade nesta crise, não recuar na execução da missão e garantir que não irá ser o factor de contágio da própria família.
Crónicas assinadas pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues no jornal Correio da Manhã
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