Policias em rutura com comando de Lisboa

Associação Sindical dos Profissionais da Polícia – ASPP/PSP e aos polícias consideram indignas as palavras proferidas no discurso do Sr. Comandante de Lisboa na sua alocução durante a comemoração dos 152 anos do comando.

Temos de reagir contra o cinismo das palmadinhas nas costas na hora do discurso, quando nos actos diários não passam de meras palavras de circunstância e estas leva-as o vento. Sim, todos sabemos que somos NÓS, os homens e as mulheres que compõem esta casa que somos a massa de trabalho, que fazemos com que as coisas aconteçam e não descambem e consigamos ser o 3º país mais seguro do mundo.

Somos todos nós que sentimos na pele estas suas palavras Sr. Comandante:

“E todos nós sabemos que também em diversas vezes, em prol da missão policial e do bem servir os cidadãos e a democracia, houve necessidade de promover alguns sacrifícios, sabendo que as nossas vidas pessoais são por vezes afetadas, em especial no que concerne às nossas famílias, as quais ficam muitas vezes privadas da nossa presença e afetos por alguns períodos”

Dia 10 de Dezembro, pelas 14h30, infelizmente, vamos de dizer olhos nos olhos ao Sr. Comandante que estamos fartos de palavras bonitas nos discursos e que queremos é a acções por parte da hierarquia, que não pode continuar a ignorar o diálogo para alterar os horários de trabalho da patrulha apeada, fazendo de conta que esse problema tão doloroso para os polícias não existe.

Vamos de dizer ao Sr. Comandante que os polícias NÃO reivindicam menos horas de trabalho, reclamam sim um horário justo e uniforme para a patrulha apeada e auto. Os polícias querem trabalhar a 8 horas, reclamam um direito que conquistaram com muito sacrifício, o de ter um fim-de-semana com a sua família pelo menos uma vez por mês, e não só seis por ano; sim! Seis por ano.

O COMETLIS tem de entender que em LISBOA 80% dos polícias estão em transição para outros comandos, esperam e desesperam pelas transferências durante 15 a 20 anos e que durante todo esse tempo vivem vidas duplas.

De que vale vir para a praça pública anunciar programas de prevenção ao suicídio, alertar que os polícias estão esgotados (burnout), que os problemas são cada vez mais e NÓS cada vez menos, de que vale isso? Parece que nada.

A ASPP/PSP, sabendo que os despachos não são feitos por um Deus qualquer, recolheu assinaturas dos polícias em todo o comando, em que 100% dos participantes disseram SIM e foi ao COMETLIS demonstrar que a vontade dos profissionais é que os homens e mulheres que fazem patrulha apeada e auto, tenham um horário IGUAL DE 8 HORAS, e aquele que mais os compense pela penosidade das funções.

Àquela vontade o comando respondeu com um ensurdecedor silêncio, pelo que nada mais nos resta senão irmos pessoalmente mostrar a nossa indignação.

 Por este motivo, a ASPP/PSP apela a todos os polícias do COMETLIS para que compareçam massivamente na CONCENTRAÇÃO a realizar-se frente à sede daquele Comando, no próximo dia 10 de dezembro de 2019, pelas 14H30.

                PARA NOSSA DEFESA

A  D I R E Ç Ã O  D A  A S P P / P S P

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